quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Síntese de textos

Em sala de aula, foi sugerido pela professora a realização de uma síntese sobre os textos da tese de doutoramento de Fernanda Botelho. Para a realização desta síntese seria executado um resumo de todos os textos da tese abordados em aula.
Síntese

Media, significação e dimensões sociais

  • Os Media são sistemas simbólicos que necessitam de ser lidos, interpretados e compreendidos.
  • A Educação para os Media permite perceber o que é real e o que são apenas representações.
  • Para compreender a informação transmitida pelos Media é necessário realizar uma interpretação compatível com os dados do texto e mobilizar competências linguísticas, saberes e conhecimentos de ordem muito diversa e algumas experiências pessoais.

2.3. Literacia televisiva e ensino-aprendizagem da Língua Portuguesa

  • Acredita-se que a Educação para os Media deve estar presente nas disciplinas do Ensino Básico, ou seja, deve ter um carácter transversal, mas como deste modo pode ocorrer alguma desvalorização, pensou-se que esta deveria integrar um curriculum, nomeadamente, o de Língua Portuguesa.
  • O ensino das línguas maternas e o estudo dos Media encontram-se em campos académicos distintos, no entanto, lidam com o mesmo, ou seja, trabalham com textos e preocupam-se com questões fundamentais sobre a linguagem, interpretação e a produção de significações.
  • O estudo dos Media permite desenvolver e trabalhar a Língua Materna, pois possibilita o desenvolvimento da linguagem através da compreensão do que se ouve, vê, do que se analisa e fala, do que se lê e escreve, entre outras actividades.
  • As crianças quando estão interessadas e motivadas envolvem-se mais no que estão a fazer e aprendem mais facilmente. Assim, a Educação para os Media potencia novas aprendizagens, permitindo que os alunos se envolvam com mais satisfação em actividades comunicativas de grupo.
  • Por facultar aprendizagens muito ricas nos alunos ao nível da linguagem e da comunicação, a Educação para os Media, surge em alguns países, no currículo das línguas maternas.

3.2. O texto televisivo

3.2.1. Características: polissemia(s) e construção da significação

  • O texto televisivo pode ser polissémico, ou seja, pode ter mais do que uma leitura e mais do que um significado.
  • Fiske descreve a leitura de um texto mediático de três pontos de vista distintos:
  1. "dominante" ou socialmente correcto;
  2. "oposto" que interroga os aspectos ideológicos da mensagem textual;
  3. "negociado" que permite as diferenças individuais na construção das significações.
  • Os significados propostos pela televisão dependem de três factores:
  1. O próprio leitor, com os seus conhecimentos e experiências anteriores, as suas ideologias e expectativas;
  2. Os conhecimentos produzidos sobre a televisão;
  3. A partilha das leituras com os outros.
  • A ironia, a metáfora, as "graças" e a contradição são recursos textuais polissémicos, tal como o excesso, que pode ser de dois tipos: o excesso como hipérbole, que é uma figura textual específica e o excesso semiótico que é característico da televisão.
  • Antes a televisão era encarada como um texto fechado, negligenciando algumas caracetrísticas textuais, os vários modos de recpção e a heterogeneidade das audiências.

3.2.3. A narrativa na televisão: tipos, estruturas e códigos

  • Tanto a narrativa como a linguagem são processos essenciais na nossa vida.
  • Tendo em conta qua a narrativa é considerada um processo cultural fundamental, é compreensível que esta seja predominante na televisão.
  • Segundo Masterman, a narrativa é uma técnica bastante utilizada nos Media, desde os noticiários, os documentários, os programas desportivos, pois tentam transmitir informações e entreter-nos, contando-nos histórias.
  • A narrativa clássica tenta reproduzir o mundo fielmente, isto é, apresenta-se coerente, sem contradições e requer, por parte do leitor, a construção de um sentido, de acordo com as leis da natureza e não de acordo com quaisquer convenções culturais.

Aprendizagens sobre televisão: aspectos essenciais

  • A televisão faz parte da vida familiar e, consequentemente, dsa vista das crianças, tendo como finalidades entreter, educar e informar, sendo a principal fonte de informação sobre os acontecimentos mundiais.
  • As crianças são capazes de referir as aprendizagens que realizam através da televisão, no âmbito das aquisições pessoais e sociais, como por exemplo, sobre como lidar com as pessoas em detrminadas situações.
  • Investigações revelam que aprender com a televisão depende de diversos factores:
  1. Os conhecimentos e interesses dos espectadores;
  2. Razões e motivações para ver televisão;
  3. Grau de concentração e atenção durante o visionamento;
  4. A própria produção do programa.
  • A educação para a televisão é uma questão importante, actualmente, pois visa as formas como se constroem e circulam os significados, no âmbito da sociedade, em geral.
  • Por estas razões os professores e educadores têm-se consciencializado cada vez mais acerca do papel da televisão no meio educativo e da necessidade da educação para este tipo de media.
  • Bob Hodge e David Tripp enunciaram dez teses que estabelecem relações entre a crianças e a televisão:
  1. As crianças possuem capacidades activas para descodificar a televisão. São capazes de compreender que nem todos os programas são igualmente benéficos.
  2. As crianças preferem programas diferentes dos adultos e interpretam-nos de maneira diferente. Tal como com o desenvolvimento da linuagem, os sistemas semióticos das crianças só se aproximam dos sistemas dos adultos, em função do nível de exposição que estes lhes concedem.
  3. Pais e educadores podem utilizar as diversas leituras que os programas proporcionam para ajudar a clarificar algumas das questões sociais essenciais para as crianças e até para si próprias.
  4. Relação entre a representação da realidade na televisão e o mundo real, bem como a representação das crianças julgarem esta mesma relação.
  5. Refinar os julgamentos sobre o estatuto da realidade das mensagens televisivas ou outros sistemas de mensagens, deveria construir uma preocupação essencial dos educadores e professores. É necessário permitir e criar condições para que as crianças desenvolvam capacidades de descodificação e compreensão das mensagens explícitas e implícitas veiculadas pela televisão, para que futuramente possam vir a ser espectadores críticos da televisão e cidadãos eficazes da sociedade de informação actual.
  6. As crianças devem poder experimentar assistir a programas com diversas representações da realidade, pois o conhecimento da diversidade existente vai capacitando-as para o estabelecimento das várias distinções entre os porgramas que vêem.
  7. Ver televisão permitir construir significações acerca dela e dos seus programas e a sua circulação através do discurso social. Os conceitos e termos adquiridos através da televisão, pelas crianças ao longo dos seus discursos, são reconhecidos e alterados, influenciando os seus comportamentos sociais.
  8. A resposta das crianças à televisão não pára com fim do visionamento dos programas, isto é, continua com toda uma série de actos de construção e significação, através de redefinições e novas apropriações.
  9. O papel activo da família na construção das significações da televisão é essencial.
  10. As relações entre a televisão e a escola não podem ser ignoradas. O ensino deve integrar a televisão nas suas práticas e encará-las como parte da sua função primária de apetrechar adequadamente os estudantes para que se tornem cidadãos conscientes, adaptados e competentes à sociedade em que vivem.

O Romance da Raposa

Numa das aulas que tivémos, assistimos a um programa infantil designado "O Romance da Raposa", com o objectivo de analisá-lo com base nas caraterísticas linguísticas e gráficas adequadas às crianças. Neste sentido, a professora sugeriu a realização de um exercício em pequenos grupos, em que cada grupo teria de analisar um aspecto carterístico de uma história. O nosso grupo, ficou dividido, então cada uma ficou com um aspecto diferente, o narrador e o tempo e o espaço. Para cada uma destes aspectos era necessário criar actividades orais, escritas e, se possível, de expressão.

Narrador (identificação, função, relação com a história/as personagens, ...)

Actividades Orais

  • Contar a história do ponto de vista de uma personagem.

  • Peça de teatro com destaque para o narrador, que não existe no filme.


Actividades Escritas

  • Contar a história do ponto de vista de uma ou várias personagens - sendo uma delas mentirosa (com computador).

  • Contar a história com photostory com presença de narrador.



Tempo e Espaço (descrição dos espaços, marcas de tempo, ...)


Actividades Orais

  • Representação em grupo através da palavra e da mímica, dos diferentes espaços onde se desenrola a história. A turma tem de adivinhar os espaços.

  • Cartões com elementos do espaço e do tempo. Os grupos têm de ordenar os cartões e recontar a história ou descrever os espaços/tempo.


Actividades Escritas

  • Procurar imagens na internet e construir os cenários da história, legendados, no Photostory.

  • Fazer uma pesquisa sobre as estações do ano em fontes diversas (livros, internet, revistas) e escrever um texto ilustrado em grupo, com recurso às TIC.

Actividade de Expressão

  • Escolher um dos locais da história e desenhá-lo.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Jogos do JClic

O JClic é uma ferramenta de uso gratuito, desenvolvida numa plataforma Java, que permite construir actividades lúdicas e didácticas com o auxílio da multimédia.
O professor ou o aluno podem criar as suas actividades baseando-se em pré-formatos como quebra-cabeças, jogos de memória, puzzles, associações, crucigramas, sopa de letras, exercícios com texto e outros, inserindo o seu próprio conteúdo, quer seja este, imagem ou som.
É possível estabelecer uma sequência de actividades, configurando a ordem, o tempo, a contagem de erros e a gerar um relatório.
Deste modo, existem duas actividades distintas no programa JClic, que são elas, a construção de tarefas e a utilização das mesmas.
É importante que as crianças sejam autoras das suas próprias actividades e que partilhem estas entre si, pois quando um aluno constrói uma actividade sobre um determinado tema, à partida já deve possuir algum conhecimento acerca do mesmo, ou seja, a criação destas actividades permite que as crianças aprendam com elas.
Para elaborar uma actividade, o aluno deve pesquisar, planear, encontrar o material apropriado para a realização do mesmo, elaborar a actividade e executar o seu plano. Esses passos são importantes e fundamentais para que se possa estabelecer novas aprendizagens e adquirir novas competências, nomeadamente, ao nível das novas tecnologias.
As actividades a seguir propostas, foramrealizadas pelo grupo e destinadas a crianças com idades compreendidas entre os 6 e os 10 anos, ou seja, foram actividades construídas para o 1º Ciclo do Ensino Básico, mais propriamente, para a área curricular disciplinar, Língua Portuguesa, mas focando também as áreas da Matemática, como é o caso da actividade simples e do Estudo do Meio, na actividade de memória.
Com estas actividades pretendemos abordar a questão das associações, dos opostos, da construção frásica e da escrita. Para que isto fosse possível, construímos uma sequência de 6 jogos, iniciando no mais fácil e terminando no mais complexo. Esta sequência inicia-se com o jogo da actividade simples, em que as crianças têm de associar o numeral que se encontra numa coluna ao número escrito por extenso na outra coluna. A segunda actividade designa-se por actividade de memória e tem como objectivo encontrar o animal igual. A terceira actividade consiste em ligar uma imagem de uma coluna ao seu oposto que se encontra na outra coluna e tem como nome associação simples - antónimos. A quarta actividade é um jogo de memória com cores e a criação tem que encontrar o fruto correspondente. A quinta actividade designa-se por ordenar frases. Nesta tarefa as frases estão escritas de forma incorrecta e cabe às crianças ordená-las para que a construção frásica fique correcta. Finalmente, na sexta e última actividade, cruzadas sinónimos, as crianças têm de escrever a palavra que corresponde à descrição que é feita lateralmente.
De modo a que as crianças compreendam melhor o que lhes é pedido, decidimos colocar uma mensagem na parte inferior do jogo, para explicar no que consiste e o que se pretende com o jogo em questão.
No nosso entender, estas actividades são muito úteis para que as crianças tenham acesso às novas tecnologias e a uma aprendizagem mais dinâmica e eficaz. Todavia, consideramos que algumas das actividades contêm algumas limitações, nomeadamente, na actividade das palavras cruzadas, pois quando se está a escrever uma palavra na vertical, o cursor assume os espaços horizontalmente e não verticalmente, como seria esperado.
Poderás aceder aos jogos aqui.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Recensão Crítica

Uma recensão crítica consiste num texto que emite juízos críticos de apreciação, de valorização ou de rejeição, sobre uma determinada obra escrita, seja esta, um livro ou até mesmo um ensaio. Este texto deve ser sintetizado, de modo a que não se torne enfadonho e maçador, ou seja, o recensor deve ler atentamente a obra e retirar desta os conteúdos essenciais e mais relevantes.
Contudo, uma recensãonão é propriamente um resumo dos conteúdos da obra, pois o seu objectivo principal baseia-se na apreciação da mesma, de modo a distinguir o seu valor científico e a motivar o interesse do leitor.
É fundamental que uma recensão crítica se inicie com um parágrafo descritivo da obra em análise, contendo o nome do autor, o título do livro, o local da edição, a editora, o ano de edição e o número de páginas, sendo também necessário indicar o nome do tradutor, se a obra pertencer a um autor estrangeiro. Seguidamente, deve ser feito um breve resumo acerca da obra.
Portanto, uma recensão crítica não é um texto científico, mas deve ser rigoroso, objectivo, conciso e coerente.

A recensão crítica que seguidamente apresentamos é relativa aos cinco artigos trabalhos em aula com a professora Helena Camacho, sobre o tema da educação interligado com as Novas Tecnologias. Esta versão encontra-se reformulada, após a verificação realizada pela professora.






Ø BOTELHO, Fernanda. “Textos e Literacias” in http://www.setubalnarede.pt/ em 9 de Agosto de 2006.
Ø BOTELHO, Fernanda. “Globalização e cidadania: reflexões soltas” in
http://www.setubalnarede.pt/ em 14 de Julho de 2005.
Ø PAZ, João; “Educação e Novas Tecnologias” in
http://www.setubalnarede.pt/ em 17 do Abril de 2008.
Ø WONG, Bárbara. “Será k a lguagem ds testes tá a mudar?” in Jornal Público, p. 27 em 19 de Novembro de 2006.
Ø DIAS DE FIGUEIREDO, António (2000). "Novos media e nova aprendizagem" in Novo conhecimento, nova aprendizagem. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. p. 71-81.



Todos os textos enunciados anteriormente apresentam em comum a questão da educação, nomeadamente, ao nível do desenvolvimento da literacia, como uma competência essencial a ser adquirida pelos jovens estudantes e ao nível das novas aprendizagens em sala de aula, com a utilização das novas tecnologias. Ao longo destes textos são ainda apresentados os aspectos positivos e negativos da aquisição destas competências e aprendizagens desenvolvidas em meio escolar e o modo como a comunidade escolar se desenvolve face a estas tecnologias.
O termo literacia, de origem latina, surgiu no Império Romano, no século II D.C., e estava relacionado com os estudos elementares que consistiam em ler, escrever e contar, confundindo-se com o conceito de alfabetização, ou seja, no sentido restrito, este termo dizia respeito à capacidade de utilização da língua escrita.
Com o evoluir das sociedades, verificaram-se algumas dificuldades, no que diz respeito à leitura e à escrita, em situações formais e informais da vida quotidiana. Assim, a literacia passou a ser vista de outra maneira e também através de outras formas de expressão, como imagens, sons, música e formas electrónicas de comunicação. Ou seja, o conceito de literacia tornou-se num conceito mais amplo e mais envolvido nas práticas culturais e sociais. Contudo, necessitou de um conjunto de competências específicas.
Só com a aquisição de novas competências, a literacia conseguirá ser uma capacidade adquirida, numa sociedade onde tudo se transforma rapidamente. Para que isto seja possível, exige-se a aquisição de multiliteracias, isto é, a aquisição da literacia tradicional, envolvendo aspectos de multiplicidade textual e de diversidade linguística e cultural e a integração de outras formas de construir a significação.
Assim sendo, a literacia é uma competência essencial na vida dos indivíduos, sendo por esse motivo, necessário que a educação, nomeadamente na área do Português, ajude a desenvolver esta capacidade.
Por sua vez, a educação terá que evoluir e se adaptar a um novo mundo que se encontra em constante mudança.
Com o fenómeno de globalização torna-se indispensável encontrar novas formas de comunicação entre os vários povos do mundo. O crescimento deste fenómeno e o desenvolvimento científico e tecnológico têm estimulado a aprendizagem e a divulgação de outras línguas. “Aprender línguas, passa a centrar-se não tanto na língua como objecto de estudo em si mesma, mas como meio de acesso ao outro e como instrumento de interacção pessoal e intercultural, visando uma melhor compreensão entre os cidadãos do mundo
.”[1] No entanto, nem todas as pessoas têm a possibilidade de contactar e aprender outras línguas devido à falta de acesso aos novos meios tecnológicos e às suas fracas formações.
A Declaração de Bolonha pretende alterar estes aspectos negativos. Deste modo, a educação desempenha um importante papel na tarefa de conciliar os vários aspectos característicos das sociedades em desenvolvimento, de forma a atenuar as grandes desigualdades patentes nestas mesmas sociedades.
Contudo, geralmente os professores mais velhos consideram que é complicado utilizar as novas tecnologias em sala de aula, pois estes não se sentem muito à vontade com estes métodos, porque a maioria das escolas não se encontra equipada e porque os programas teriam que ser reformulados. Deste modo, estes professores consideram que não existe uma mais-valia na adopção das novas tecnologias na aprendizagem. Nas gerações mais recentes, nomeadamente com os alunos, a situação é vista de outra maneira e também os professores mais novos foram já formados com o acesso às novas tecnologias. No entanto, estas não podem substituir a capacidade de interpretar e reflectir sobre a informação.
Actualmente, em Portugal a utilização das TIC começa cedo na escola e percorre vários níveis de ensino, mobilizando famílias, alunos e professores.
Devido à utilização das novas tecnologias, verificou-se uma grande alteração na escrita dos jovens portugueses. Por vezes, os alunos escrevem de forma abreviada nos testes, porque já o fazem inconscientemente, mas a maioria, quando repara, corrige. Todavia, existem ainda alunos que não usam abreviaturas nas escolas, pois não abreviam nas suas mensagens por telemóvel ou por via Net.
Em Portugal, os alunos do 12º ano apresentam algum cuidado na maneira como escrevem nos exames, pois são penalizados. Já os alunos do 9º ano não têm tanto cuidado, pois são capazes de abreviar a escrita em testes, trabalhos e nos seus cadernos. Apenas os exames requerem algum cuidado por parte destes, pois têm noção de que são penalizados pelos erros que cometem. Os professores reconhecem que alguns erros ocorrem por distracção e exigem que os alunos escrevam correctamente, pois há quem pense que a função do professor, nestes casos, será “ensinar a preservar a norma”
[2], evitando o uso deste tipo de linguagem.
Com a chegada do século XXI, as necessidades de educação carecem de outro tipo de atenção, no que diz respeito à aquisição do saber. No entanto, são poucas as aprendizagens adquiridas nas escolas, fazendo com que alguns pais coloquem os seus filhos em actividades extra curriculares, de modo a obterem competências em línguas, música, dança, informática ou desportos. Assim, o surgimento dos novos media e as potencialidades da internet, permitiram uma auto-formação e a educação a distância. Todavia, as escolas tradicionais estão mal equipadas para as exigências dos alunos, face a estas novas oportunidades.
Deste modo, a aprendizagem não se situa apenas no conteúdo a transmitir, mas sim na forma como esses conteúdos são adquiridos e trabalhados, ou seja, através dos contextos.
Portanto, “o maior desafio dos novos media é o de construir comunidades ricas em contextos, onde a aprendizagem individual e colectiva se constrói e onde os aprendentes assumem a responsabilidade, não só da construção dos seus próprios saberes, mas também da construção de espaços de pertença onde a aprendizagem colectiva tem lugar.”
[3]


Comentário:

Segundo o que Fernanda Botelho refere, a literacia surgiu tendo como pressuposto a capacidade de saber ler, escrever e contar, confundindo-se com o conceito de alfabetização. No nosso entender e, tal como a mesma explica, este tornou-se num conceito mais amplo, envolvido em muitas actividades do nosso dia-a-dia, necessitando de determinadas competências para que se desenvolva. Neste sentido, a escola adquire um papel importante, na aquisição de competências relativas à literacia, permitindo que os indivíduos contactem com diferentes formas de expressão. Todavia, é ainda importante que esses mesmos indivíduos tenham um papel activo e que estejam predispostos a obter estas competências.
Sendo a escola o meio essencial e indispensável para o desenvolvimento e promoção social dos cidadãos e, tendo em conta que o fenómeno da globalização e do desenvolvimento científico e tecnológico tem permitindo o contacto entre os vários pontos do mundo, será esta que deverá proporcionar uma aprendizagem acessível e uma maior divulgação, no que diz respeito a outras línguas que não a língua materna.
É também no âmbito da educação que as TIC devem ser trabalhadas, no entanto, tal como o Dias de Figueiredo nos enuncia, normalmente, os professores com mais idade mostram-se um pouco reticentes na utilização das mesmas, como método de ensino, em sala de aula. Este facto ocorre, pois, provavelmente, estes mesmos professores não estão formados para leccionar com o apoio das novas tecnologias, não demonstram interesse em aprender a trabalhar com estes instrumentos e, aqueles que sabem apresentam uma maior dificuldade em preparar as aulas com essas ferramentas de ensino e muitas das escolas ainda não estão equipadas com novos meios tecnológicos. Por sua vez, as camadas mais jovens de professores e alunos vêem esta questão de forma positiva, considerando que as tecnologias são proveitosas para o ensino. No entanto, não nos podemos esquecer que estas não podem substituir determinadas capacidades que são trabalhadas essencialmente com o recurso a outros métodos de ensino.
Tal como é do nosso conhecimento e como é referido no texto, a utilização das TIC nas escolas portuguesas é feita desde cedo e utilizada ao longo dos anos, permitindo que alunos, famílias e professores tenham um maior contacto com os novos meios de comunicação e possam interagir entre si. Todavia, devido à intensa utilização das novas tecnologias por parte dos alunos, estes começaram por adoptar uma nova forma de escrita, utilizando abreviaturas, que no nosso entender, acaba por prejudicar bastante a aprendizagem do Português, nomeadamente, nas camadas mais novas. Apesar de os professores considerarem que a maior parte dos erros ocorrem por distracção, é necessário, no nosso ponto de vista, que estes não permitam que isto aconteça e exijam que os seus alunos escrevam correctamente.
Com o evoluir das sociedades, os alunos carecem de uma educação e formação mais ampla e mais eficaz, permitindo a aquisição de inúmeros saberes em diversas áreas. Contudo, as escolas não conseguem responder ao aumento das necessidades desses alunos e por vezes, os pais ou os seus encarregados optam por outros meios de formação, muitas vezes utilizando as potencialidades dos novos meios de comunicação, os quais não se encontram muito disponíveis nas escolas mais tradicionais. Sendo fundamental o contexto em que as matérias são trabalhadas, consideramos essencial que as escolas se adaptem a estas novas necessidades e permitam uma formação individual e colectiva mais eficaz.



[1] In Botelho, Fernanda. “Globalização e Cidadania: Reflexões Soltas”.
[2] Citação do Presidente da Associação Portuguesa de Linguística, enunciada no texto “Será k a lguagem ds testes tá a mudar?”, da autora Bárbara Wong.
[3] In Dias de Figueiredo, António. “Novos Media e Velha Aprendizagem".

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Microsoft PhotoStory

O Microsoft PhotoStory é um programa gratuito que permite aos seus usuários criar um filme. Utilizando imagens digitais, é possível ainda, adicionar uma narração, efeitos, transições, música de fundo e efeitos de zoom.

Este programa é muito simples, sendo por isso fácil de utilizar pelas crianças, tornando-se num bom utensílio de trabalho em sala de aula.

Com esta ferramenta, os alunos podem aprender de forma dinâmica e adquiririnúmeras competências. Para realizar o filme, devem ter uma história por base, de preferência, escrita por eles mesmos e devem pesquisar imagens que sejam compatíveis com o que é descrito no texto.

Para conhecer o programa, o grupo realizou um pequeno filme sobre a vida de um Panda, em sala de aula. Escrevemos umas pequenas frases e pesquisámos imagens que estivessem de acordo com o que tínhamos descrito.






O segundo trabalho com esta ferramenta, consistiu na realização de uma história produzida pelo grupo. A história por nós inventada tem como nome "Gaspar" e fala da vida de uma cãozinho que foi abandonado. Esta história é destinada a crianças em idade escolar, ou seja, crianças do 1º Ciclo do Ensino Básico, visto que nesta fase já têm um grande contacto com os textos e já adquiriram a capacidade da leitura.

Nesta, tivemos como intuito abordar a questão dos animais abandonados.
Cada vez mais os animais são abandonados nas ruas, quando crescem e necessitam de ser tratados com mais responsabilidade e, cada vez menos as pessoas se preocupam com o que lhes possa acontecer. Por esse mesmo motivo, têm-se vindo a criar associações de apoio aos animais, para que estes possam ao menos ser tratados com o mínimo de condições possíveis, conseguindo comida e um sítio onde possam permanecer até que alguém tenha a dignidade de os levar para casa. Porém, nem todos os animais têm essa sorte e, assim, muitos têm vindo a morrer nas ruas, em condições precárias.
Por todos estes motivos, nós decidimos sensibilizar não só as crianças, mas todas as pessoas, para esta situação, para que sejam cada vez menos os animais abandonados nas ruas.





Gaspar


Era uma vez um cãozinho, muito meigo e bricalhão, chamado Gaspar, que vivia perto da praia das Palmeiras.

O seu dono, chamava-se João e era um pescador muito bondoso e reconhecido naquela zona.
O Gaspar sempre gostou do meio onde vivia... podia correr, nadar e brincar, mas um dia foi adoptado por um senhor muito rico, que conhecia o pescador João. Neste dia, o Gaspar foi para uma casa muito grande e entregue como prenda, a uma menina pequenina.
Nos primeiros meses, o cãozinho foi bastante acarinhado e muito bem tratado pela sua nova família, apesar de ter que cumprir regras... não podia correr sempre que quisesse, nem saltar para onde lhe apetecesse... Mas um dia tudo mudou, o Gaspar cresceu e deixou de ter a mesma atenção e, certa vez, quando pensava que iria passear com os seus donos, acabou por ser largado numa estrada.
Muito triste, Gaspar andou perdido durante dias a fio, sem nada para comer ou beber até que, encontrou João, o seu adorado dono, na praia onde este vivia. João recebeu-o alegremente e Gaspar ficou a salvo.
Esta história teve um final feliz, o Gaspar viveu alegre ao lado do pescador João até ao fim da sua vida, mas nem sempre é assim... os animais de estimação são os nossos melhores amigos e devemos tratá-los bem e nunca abandoná-los.