quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Síntese de textos

Em sala de aula, foi sugerido pela professora a realização de uma síntese sobre os textos da tese de doutoramento de Fernanda Botelho. Para a realização desta síntese seria executado um resumo de todos os textos da tese abordados em aula.
Síntese

Media, significação e dimensões sociais

  • Os Media são sistemas simbólicos que necessitam de ser lidos, interpretados e compreendidos.
  • A Educação para os Media permite perceber o que é real e o que são apenas representações.
  • Para compreender a informação transmitida pelos Media é necessário realizar uma interpretação compatível com os dados do texto e mobilizar competências linguísticas, saberes e conhecimentos de ordem muito diversa e algumas experiências pessoais.

2.3. Literacia televisiva e ensino-aprendizagem da Língua Portuguesa

  • Acredita-se que a Educação para os Media deve estar presente nas disciplinas do Ensino Básico, ou seja, deve ter um carácter transversal, mas como deste modo pode ocorrer alguma desvalorização, pensou-se que esta deveria integrar um curriculum, nomeadamente, o de Língua Portuguesa.
  • O ensino das línguas maternas e o estudo dos Media encontram-se em campos académicos distintos, no entanto, lidam com o mesmo, ou seja, trabalham com textos e preocupam-se com questões fundamentais sobre a linguagem, interpretação e a produção de significações.
  • O estudo dos Media permite desenvolver e trabalhar a Língua Materna, pois possibilita o desenvolvimento da linguagem através da compreensão do que se ouve, vê, do que se analisa e fala, do que se lê e escreve, entre outras actividades.
  • As crianças quando estão interessadas e motivadas envolvem-se mais no que estão a fazer e aprendem mais facilmente. Assim, a Educação para os Media potencia novas aprendizagens, permitindo que os alunos se envolvam com mais satisfação em actividades comunicativas de grupo.
  • Por facultar aprendizagens muito ricas nos alunos ao nível da linguagem e da comunicação, a Educação para os Media, surge em alguns países, no currículo das línguas maternas.

3.2. O texto televisivo

3.2.1. Características: polissemia(s) e construção da significação

  • O texto televisivo pode ser polissémico, ou seja, pode ter mais do que uma leitura e mais do que um significado.
  • Fiske descreve a leitura de um texto mediático de três pontos de vista distintos:
  1. "dominante" ou socialmente correcto;
  2. "oposto" que interroga os aspectos ideológicos da mensagem textual;
  3. "negociado" que permite as diferenças individuais na construção das significações.
  • Os significados propostos pela televisão dependem de três factores:
  1. O próprio leitor, com os seus conhecimentos e experiências anteriores, as suas ideologias e expectativas;
  2. Os conhecimentos produzidos sobre a televisão;
  3. A partilha das leituras com os outros.
  • A ironia, a metáfora, as "graças" e a contradição são recursos textuais polissémicos, tal como o excesso, que pode ser de dois tipos: o excesso como hipérbole, que é uma figura textual específica e o excesso semiótico que é característico da televisão.
  • Antes a televisão era encarada como um texto fechado, negligenciando algumas caracetrísticas textuais, os vários modos de recpção e a heterogeneidade das audiências.

3.2.3. A narrativa na televisão: tipos, estruturas e códigos

  • Tanto a narrativa como a linguagem são processos essenciais na nossa vida.
  • Tendo em conta qua a narrativa é considerada um processo cultural fundamental, é compreensível que esta seja predominante na televisão.
  • Segundo Masterman, a narrativa é uma técnica bastante utilizada nos Media, desde os noticiários, os documentários, os programas desportivos, pois tentam transmitir informações e entreter-nos, contando-nos histórias.
  • A narrativa clássica tenta reproduzir o mundo fielmente, isto é, apresenta-se coerente, sem contradições e requer, por parte do leitor, a construção de um sentido, de acordo com as leis da natureza e não de acordo com quaisquer convenções culturais.

Aprendizagens sobre televisão: aspectos essenciais

  • A televisão faz parte da vida familiar e, consequentemente, dsa vista das crianças, tendo como finalidades entreter, educar e informar, sendo a principal fonte de informação sobre os acontecimentos mundiais.
  • As crianças são capazes de referir as aprendizagens que realizam através da televisão, no âmbito das aquisições pessoais e sociais, como por exemplo, sobre como lidar com as pessoas em detrminadas situações.
  • Investigações revelam que aprender com a televisão depende de diversos factores:
  1. Os conhecimentos e interesses dos espectadores;
  2. Razões e motivações para ver televisão;
  3. Grau de concentração e atenção durante o visionamento;
  4. A própria produção do programa.
  • A educação para a televisão é uma questão importante, actualmente, pois visa as formas como se constroem e circulam os significados, no âmbito da sociedade, em geral.
  • Por estas razões os professores e educadores têm-se consciencializado cada vez mais acerca do papel da televisão no meio educativo e da necessidade da educação para este tipo de media.
  • Bob Hodge e David Tripp enunciaram dez teses que estabelecem relações entre a crianças e a televisão:
  1. As crianças possuem capacidades activas para descodificar a televisão. São capazes de compreender que nem todos os programas são igualmente benéficos.
  2. As crianças preferem programas diferentes dos adultos e interpretam-nos de maneira diferente. Tal como com o desenvolvimento da linuagem, os sistemas semióticos das crianças só se aproximam dos sistemas dos adultos, em função do nível de exposição que estes lhes concedem.
  3. Pais e educadores podem utilizar as diversas leituras que os programas proporcionam para ajudar a clarificar algumas das questões sociais essenciais para as crianças e até para si próprias.
  4. Relação entre a representação da realidade na televisão e o mundo real, bem como a representação das crianças julgarem esta mesma relação.
  5. Refinar os julgamentos sobre o estatuto da realidade das mensagens televisivas ou outros sistemas de mensagens, deveria construir uma preocupação essencial dos educadores e professores. É necessário permitir e criar condições para que as crianças desenvolvam capacidades de descodificação e compreensão das mensagens explícitas e implícitas veiculadas pela televisão, para que futuramente possam vir a ser espectadores críticos da televisão e cidadãos eficazes da sociedade de informação actual.
  6. As crianças devem poder experimentar assistir a programas com diversas representações da realidade, pois o conhecimento da diversidade existente vai capacitando-as para o estabelecimento das várias distinções entre os porgramas que vêem.
  7. Ver televisão permitir construir significações acerca dela e dos seus programas e a sua circulação através do discurso social. Os conceitos e termos adquiridos através da televisão, pelas crianças ao longo dos seus discursos, são reconhecidos e alterados, influenciando os seus comportamentos sociais.
  8. A resposta das crianças à televisão não pára com fim do visionamento dos programas, isto é, continua com toda uma série de actos de construção e significação, através de redefinições e novas apropriações.
  9. O papel activo da família na construção das significações da televisão é essencial.
  10. As relações entre a televisão e a escola não podem ser ignoradas. O ensino deve integrar a televisão nas suas práticas e encará-las como parte da sua função primária de apetrechar adequadamente os estudantes para que se tornem cidadãos conscientes, adaptados e competentes à sociedade em que vivem.

O Romance da Raposa

Numa das aulas que tivémos, assistimos a um programa infantil designado "O Romance da Raposa", com o objectivo de analisá-lo com base nas caraterísticas linguísticas e gráficas adequadas às crianças. Neste sentido, a professora sugeriu a realização de um exercício em pequenos grupos, em que cada grupo teria de analisar um aspecto carterístico de uma história. O nosso grupo, ficou dividido, então cada uma ficou com um aspecto diferente, o narrador e o tempo e o espaço. Para cada uma destes aspectos era necessário criar actividades orais, escritas e, se possível, de expressão.

Narrador (identificação, função, relação com a história/as personagens, ...)

Actividades Orais

  • Contar a história do ponto de vista de uma personagem.

  • Peça de teatro com destaque para o narrador, que não existe no filme.


Actividades Escritas

  • Contar a história do ponto de vista de uma ou várias personagens - sendo uma delas mentirosa (com computador).

  • Contar a história com photostory com presença de narrador.



Tempo e Espaço (descrição dos espaços, marcas de tempo, ...)


Actividades Orais

  • Representação em grupo através da palavra e da mímica, dos diferentes espaços onde se desenrola a história. A turma tem de adivinhar os espaços.

  • Cartões com elementos do espaço e do tempo. Os grupos têm de ordenar os cartões e recontar a história ou descrever os espaços/tempo.


Actividades Escritas

  • Procurar imagens na internet e construir os cenários da história, legendados, no Photostory.

  • Fazer uma pesquisa sobre as estações do ano em fontes diversas (livros, internet, revistas) e escrever um texto ilustrado em grupo, com recurso às TIC.

Actividade de Expressão

  • Escolher um dos locais da história e desenhá-lo.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Jogos do JClic

O JClic é uma ferramenta de uso gratuito, desenvolvida numa plataforma Java, que permite construir actividades lúdicas e didácticas com o auxílio da multimédia.
O professor ou o aluno podem criar as suas actividades baseando-se em pré-formatos como quebra-cabeças, jogos de memória, puzzles, associações, crucigramas, sopa de letras, exercícios com texto e outros, inserindo o seu próprio conteúdo, quer seja este, imagem ou som.
É possível estabelecer uma sequência de actividades, configurando a ordem, o tempo, a contagem de erros e a gerar um relatório.
Deste modo, existem duas actividades distintas no programa JClic, que são elas, a construção de tarefas e a utilização das mesmas.
É importante que as crianças sejam autoras das suas próprias actividades e que partilhem estas entre si, pois quando um aluno constrói uma actividade sobre um determinado tema, à partida já deve possuir algum conhecimento acerca do mesmo, ou seja, a criação destas actividades permite que as crianças aprendam com elas.
Para elaborar uma actividade, o aluno deve pesquisar, planear, encontrar o material apropriado para a realização do mesmo, elaborar a actividade e executar o seu plano. Esses passos são importantes e fundamentais para que se possa estabelecer novas aprendizagens e adquirir novas competências, nomeadamente, ao nível das novas tecnologias.
As actividades a seguir propostas, foramrealizadas pelo grupo e destinadas a crianças com idades compreendidas entre os 6 e os 10 anos, ou seja, foram actividades construídas para o 1º Ciclo do Ensino Básico, mais propriamente, para a área curricular disciplinar, Língua Portuguesa, mas focando também as áreas da Matemática, como é o caso da actividade simples e do Estudo do Meio, na actividade de memória.
Com estas actividades pretendemos abordar a questão das associações, dos opostos, da construção frásica e da escrita. Para que isto fosse possível, construímos uma sequência de 6 jogos, iniciando no mais fácil e terminando no mais complexo. Esta sequência inicia-se com o jogo da actividade simples, em que as crianças têm de associar o numeral que se encontra numa coluna ao número escrito por extenso na outra coluna. A segunda actividade designa-se por actividade de memória e tem como objectivo encontrar o animal igual. A terceira actividade consiste em ligar uma imagem de uma coluna ao seu oposto que se encontra na outra coluna e tem como nome associação simples - antónimos. A quarta actividade é um jogo de memória com cores e a criação tem que encontrar o fruto correspondente. A quinta actividade designa-se por ordenar frases. Nesta tarefa as frases estão escritas de forma incorrecta e cabe às crianças ordená-las para que a construção frásica fique correcta. Finalmente, na sexta e última actividade, cruzadas sinónimos, as crianças têm de escrever a palavra que corresponde à descrição que é feita lateralmente.
De modo a que as crianças compreendam melhor o que lhes é pedido, decidimos colocar uma mensagem na parte inferior do jogo, para explicar no que consiste e o que se pretende com o jogo em questão.
No nosso entender, estas actividades são muito úteis para que as crianças tenham acesso às novas tecnologias e a uma aprendizagem mais dinâmica e eficaz. Todavia, consideramos que algumas das actividades contêm algumas limitações, nomeadamente, na actividade das palavras cruzadas, pois quando se está a escrever uma palavra na vertical, o cursor assume os espaços horizontalmente e não verticalmente, como seria esperado.
Poderás aceder aos jogos aqui.